O Yoga não é algo que nós fazemos,mas algo que somos e nos tornamos." Georg Feuerstein

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Como trabalhamos as virtudes- introdução

Trabalhando Yamas e Nyamas

Desde o começo, o Yoga tem a finalidade de colaborar com homens e mulheres em seu impulso de ir além da personalidade egóica e de realizar a união com a realidade última. Esse impulso é chamado desejo de libertação (moksha).

Não há esperança de sucesso no Yoga para aquele que separa o Yoga e a vida. O excelente meditador que ignora as regras morais (Yamas e Niyamas) do Yoga, por exemplo, viola a integridade da filosofia e a sua própria integridade. Aquele que gosta de executar somente as posturas, sem um propósito espiritual e filosófico , no qual elas foram formuladas fica igualmente aquém da finalidade do Yoga. O termo Yoga significa união e integração com o meio em que vive (pessoas e animais e o ambiente). Para trabalharmos essa integração, fazendo jus ao Yoga, devemos nos aprofundar nos alicerces do Yoga, que são nada mais que as virtudes. Podemos mudar nosso planeta aprendendo a respeitar, aceitar, desapegar. Para isso é necessário auto-observação.

É curioso que essas prescrições e proscrições éticas são ao mesmo tempo o alicerce do Yoga e da vida. Essas virtudes são necessárias para uma boa prática de Yoga; e, ao mesmo tempo, a própria prática desenvolve em você essas virtudes. A idéia é estabelecer um círculo virtuoso.

Às vezes parece bem sutil esse processo, mas com o tempo você não só compreende e percebe mais essas virtudes intrínsecas, como assimila de uma maneira mais saborosa esse momento de autotransformação. As virtudes vão sendo incorporadas e absorvidas melhorando não somente a sua qualidade de vida, mas de todo o planeta. É nada mais que uma revolução ética. Isso se dá através da disciplina e constância das técnicas do Yoga.

Existem duas Árvores que colhem diferentes frutos.


Você pode optar pela árvore movida pelo medo ou a árvore do sankalpa(movida pela motivação,intenção)
A árvore do medo tem suas raízes no avidya (na ignorância e seus frutos são bem amargos como o fruto da inveja ,intolerância ,egoísmo,possessividade ,da agressão,do comodismo,ciúmes entre outros sentimentos desagradáveis .
A segunda árvore é a árvore movida pela vontade de mudar ,da auto transformação, do Yoga.Tem suas raízes no discernimento e seus frutos são saborosos, como fruto da compaixão ,da alegria , do amor , do desapego, do respeito,da não violência.
A proposta do trabalho do Yoga é através de muita disciplina e constância fazer você saborear os frutos do discernimento.Para que esse processo aconteça é necessário um circulo virtuoso que abarca o auto-estudo,contentamento,desapego ,trabalhar auto-superação,a não violência ,a verdade , a auto-entrega entre outras virtudes(que são ,nada mais que os Yamas e Niyamas – o alicerce do Yoga.

Podemos entender a sala de aulas como um laboratório de vida que nos mostra como somos, a maneira como praticamos denota nosso comportamento no dia-a-dia e a prática regular é a principal ferramenta de lapidação não somente do nosso corpo físico, mas também de nossas emoções, pensamentos e atitudes, que promovem um aperfeiçoamento multilateral do praticante.

Durante a prática de Yoga estamos trabalhando o tempo todo essas virtudes. Para o aluno é difícil perceber esse desenvolvimento e esse trabalho vem para estampar esse processo e facilitar a prática do aluno

Texto Sylvia Palumbo Scrocco